Fitossociologia e diversidade do Cerrado sobre solo raso na Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasí­lia e sua relação com outros Cerrados em áreas protegidas do Distrito Federal

Autores

  • Ricardo Flores Haidar Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasí­lia.
  • Aryanne Gonçalves Amaral Instituto da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável do Oeste da Bahia
  • Miguel Marinho Brandão Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasí­lia
  • Daniel Costa Carneiro Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasí­lia Graduando em Engenharia Florestal
  • Renata Corrêa Martins Departamento de Botânica, Universidade de Brasí­lia
  • Mariana de Queiroz Matos Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasí­lia
  • Rodrigo Luiz Gomes Pieruccetti Ecotech Ambiental
  • Felipe Ponce de Leon Soriano Lago Ecotech Ambiental Engenheiro Florestal

DOI:

https://doi.org/10.17648/heringeriana.v2i2.101

Palavras-chave:

Similaridade, unidade de conserva��o, plano de manejo EEJBB

Resumo

O objetivo desse estudo foi a caracterização florí­stica e estrutural de um cerrado sobre solos rasos dentro da Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasí­lia buscando ampliar o conhecimento das variações de cerrado existente, dessa Unidade de Conservação e sua comparação com amostras de cerrados em diferentes condições de solos e topografia da EEJBB e de três outras áreas protegidas do Distrito Federal. Foram sorteadas 10 parcelas de 20x50 metros ao longo dos trechos de cerrado sobre solo raso, no vale do córrego Cabeça de Veado, região nordeste da EEJBB. No interior das parcelas todos os indiví­duos arbóreos com diâmetro superior a 5 cm, a 0,30 metros acima do ní­vel do solo, tiveram o tronco e altura total mensurados. Foram encontradas 62 espécies arbóreas, distribuí­das entre 48 gêneros e 28 famí­lias botânicas. A famí­lia Fabaceae (Legumihosae) foi a mais rica com sete espécies, Vochysiaceae e Malpighiaceae apresentaram seis espécies cada. O gênero mais rico foi Miconia com quatro espécies. Foi estimada densidade de 924 ind.ha-1, com erro padrão de 4,54% e intervalo de confiança de í±83,97 ind.ha-1. A estimativa de área basal foi de 5,84 m2.ha-1, com erro padrão de 9,69% e intervalo de confiança de í±1,12 m2.ha-1. As principais espécies pelo IVI foram, em ordem decrescente, Miconia ferruginata (Melastomataceae), Banisteriopsis latifolia (Malpighiaceae), Sclerolobium paniculatum (Fabaceae, Caesalpinoideae), Miconia burchelli (Malpighiaceae), Ouratea hexasperma (Ochnaceae), Terminalia fagifolia (Combreataceae), Schefflera macrocarpa (Araliaceae), Psidium myrsinoides (Myrtaceae), Guapira graciliflora (Nyctaginaceae) e Qualea parviflora (Vochysiaceae). O valor do Índice de Shannon e o de Pielou foram de 3,36 nats.ind-1 e 0,81 indicando elevada diversidade alfa para a comunidade estudada. Os valores do Índice de Sorensen, variando de 59% a 74%, na comparação entre amostras de cerrado em Unidades de Conservação do Distrito Federal indica elevada similaridade florí­stica entre as amostras, com média de 67%. Por outro lado, o valor do í­ndice de Czekanowski variando entre 36% a 57% entre as amostras, com média de 39%, indicam baixa similaridade estrutural entre as áreas. A amostra de cerrado sobre solos rasos da EEJBB apresentou maior similaridade florí­stica (71%) e estrutural (44%) com cerrado do Parque Estadual Dom Bosco, que se desenvolve sobre litologia (solos rasos) e relevo similar em relação  s amostras de cerrado sobre latossolo e em áreas planas do PNB, ESECAE e até mesmo na EEJBB. O resultado encontrado indica que as variações das caracterí­sticas ambientais, neste caso o tipo de solo e relevo, apresentaram maior influência na florí­stica e estrutura das comunidades de cerrado sentido restrito do que na proximidade geográfica, dentro das principais Unidades de Conservação do Distrito Federal. A análise apontou as espécies exclusivas das áreas de cerrado sobre solo raso e aquelas de ampla distribuição nas duas condições de sola de podem ser indicadas em projetos de recuperação ambiental dos cerrados em solo rasos dentro das Unidades de Conservação do Distrito Federal e entorno, tendo em vista a ampla utilização dessa áreas com solos rasos, para mineração e cascalho.

Biografia do Autor

Ricardo Flores Haidar, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasí­lia.

Engenheiro Florestal, MSc. Ciências Florestais.

Aryanne Gonçalves Amaral, Instituto da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável do Oeste da Bahia

Bióloga, MSc. Botânica

Miguel Marinho Brandão, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasí­lia

Engenheiro Florestal

Renata Corrêa Martins, Departamento de Botânica, Universidade de Brasí­lia

Bióloga, MSc. em Botânica

Mariana de Queiroz Matos, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasí­lia

Engenheira Florestal, MSc. Ciências Florestais

Rodrigo Luiz Gomes Pieruccetti, Ecotech Ambiental

Engenheiro Florestal

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Publicado

2015-06-22

Como Citar

Haidar, R. F., Amaral, A. G., Brandão, M. M., Carneiro, D. C., Martins, R. C., Matos, M. de Q., Pieruccetti, R. L. G., & Lago, F. P. de L. S. (2015). Fitossociologia e diversidade do Cerrado sobre solo raso na Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasí­lia e sua relação com outros Cerrados em áreas protegidas do Distrito Federal. Heringeriana, 2(2), 43–60. https://doi.org/10.17648/heringeriana.v2i2.101

Edição

Seção

Artigos Originais

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