O que há de novo no Semiárido?
Novos registros de famílias de musgo e cianobactérias em um campus universitário na Bahia, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.70782/heringeriana.v19i1.918073Palavras-chave:
Bryophyta, Cyanophyceae, musgo acrocárpico, Planalto da ConquistaResumo
Ambientes urbanizados, como muitos campi universitários, podem apresentar uma diversidade completamente subestimada de organismos fotossintetizantes. Este estudo traz novos registros de quatro táxons para o semiárido baiano, a partir de coleta em parede de alvenaria de um imóvel do campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) - Vitória da Conquista, Estado da Bahia, Brasil. Esses táxons consistem em novas referências em distintos níveis geográficos: o musgo Fissidens palmatus (Fissidentaceae) para a flora de Vitória da Conquista; e as cianobactérias encontradas associadas ao musgo, Microcoleus amplus (Microcoleaceae) e Cylindrospermum muscicola (Nostocaceae) para o Nordeste e Phormidium durum (Oscillatoriaceae) novo registro para o Brasil. Este estudo destaca a importância da ampliação de amostragens desses grupos sobre os mais variados substratos, incluindo habitats em ambientes urbanizados, para o reconhecimento da real biodiversidade desses organismos.
Referências
Almeida, J.S.S., Dias, N.S., Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Costa, D.P. (org.) (2010) Manual de Briologia. Interciência, Rio de Janeiro, 222 p.
Barbosa, L.L., Veiga, A.J.P. & Silva A.A.A. (2019) Variabilidade da temperatura em Vitória da Conquista- BA, de 2016-2017. Revista Equador 8: 223–239.
Beyschlag, W. (2024) Bryophytes. In: Büdel, B., Friedl, T. & Beyschlag, W. (Eds.). Biology of Algae, Lichens and Bryophytes. Springer Spektrum, Germany, 663p.
Bordin, J. & Yano, O. (2013) Fissidentaceae (Bryophyta) do Brasil. Instituto de Botânica, São Paulo, 350 pp.
Bordin, J. (2024) Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Fissidentaceae. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB96338 (acesso: 26 jun 2024).
Branco, L.H.Z., Hoffmann, L., Teixeira, J.P, Ferreira, V. & Morais Filho, J.C. (2009) Aerophytic cyanoprokaryotes from the Atlantic rainforest region of São Paulo State, Brazil: Chroococcales and Oscillatoriales. Cryptogamie Algol. 30 (2): 135–152.
Brito Neto, R.L., Araújo, E.I.P., Maciel, C.M.S., Paula, A. & Tagliaferre, C. (2018) Fenologia de Astronium graveolens Jacq. em floresta estacional Decidual em Vitória da Conquista, Bahia. Ciência Florestal 28: 641–650. https://doi.org/10.5902/1980509832057
Caires, C.S. et al. (2021) O estado da arte das coleções botânicas em Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Heringeriana 15: 101–177. https://doi.org/10.17648/heringeriana.v15i1.917961
CRIA - Centro de Referência em Informação Ambiental (2024). Projeto Species Link. Disponível em: https://specieslink.net/ (acesso 02 set 2024).
Dunck, B. et al. (2018) Periphytic and planktonic algae records from the upper Paraná river floodplain, Brazil: an update. Hoehnea 45(4): 560–590. https://doi.org/10.1590/2236-8906-03/2018
Ederer, S.L. 2023. Studies in bryophyte-cyanobacterial symbioses: host-symbiont diversity and N fixation controls in a boreal forest and a beach-ridge complex in Baileys Harbor, Wisconsin. Universidade de Wisconsin-Madison, Estados Unidos da América.
Fidalgo, O. & Bononi, V.L.R. (1989) Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. Instituto de Botânica, São Paulo, 62 p.
Flora e Funga do Brasil (2024) Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso 02 set 2024).
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2012) Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 91 p.
Jesus, R.B. (2010) Os recursos naturais e sua exploração na formação territorial do município de Vitória da Conquista – BA. Enciclopédia Biosfera 6 (9): 1–13.
Komárek, J. & Anagnostidis, K. (2005) Cyanoprocaryota. Part 2: Oscillatoriales. In: Büdel, B., Krienitz, L., Gärtner, G. & Schagerl, M. (Eds.). Süsswasserflora von Mitteleuropa 19/2, Elsevier, München, 759 p.
Komárek, J. (2013) Cyanoprocaryota. Part 3: Heterocytous Genera. In: Büdel, B., Krienitz, L., Gärtner, G. & Schagerl, M. (eds.) Süsswasserflora von Mitteleuropa 19/3, Elsevier, München, 1131 p.
Leitão, C.A.E. (2020) Portable digital camera or smartphone as tools for micrographs obtention straight from the microscope eyepiece. Advances in Biotechnology & Microbiology 15(5): 555924. https://doi.org/10.19080/AIBM.2020.15.555924
Maia, M.R. (2005) Zoneamento Geoambiental do município de Vitória da Conquista – BA: um subsídio ao planejamento. Dissertação de Mestrado. Salvador: Universidade Federal da Bahia. 170 pp.
Mori, S.A., Boom, B.M. & Prance, G.T. (1981) Distribution patterns and conservation of eastern Brazilian coastal forest species. Brittonia 33: 233–245. https://doi.org/10.2307/2806330
Novaes, A.B., Longuinhos, M.A.A., Rodrigues, J., Santos, I.F. & Silva, J.C.G. (2005) Caracterização e demanda florestal da Região Sudoeste da Bahia. In: Santos, A.F., Novaes, A.B., Santos, I.F. & Longuinhos, M.A.A. (org.). Memórias do II Simpósio sobre Reflorestamento na Região Sudoeste da Bahia. Colombo: Embrapa Florestas. 25– 43.
Nuryadi, H., Sumimoto, S. & Suda, S. (2024) Discovery of novel Nodosilinea species (Cyanobacteria, Nodosilineales) isolated from terrestrial habitat in Ryukyus campus, Okinawa, Japan. Algae 39(2): 59–74. https://doi.org/10.4490/algae.2024.39.6.5
PMVC – Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. Decreto nº 19.394 de 05 de abril de 2019. Disponível em: https://dom.pmvc.ba.gov.br/diarios/previsualizar/z7j9ObNG/92 (acesso 25 abril 2025).
Ramos, G.J.P., Branco, L.H.Z. & Moura, C.W.N. (2019) Cyanobacteria from bromeliad phytotelmata: new records, morphological diversity, and ecological aspects from northeastern Brazil. Nova Hedwigia 108(1–2): 51–72. https://doi.org/10.1127/nova_hedwigia/2018/0499
Rindi, F. (2007) Diversity, Distribution and Ecology of Green Algae and Cyanobacteria in Urban Habitats. In: Seckbach, J. (Eds.) Algae and Cyanobacteria in Extreme Environments. Cellular Origin, Life in Extreme Habitats and Astrobiology, vol 11. Springer, Dordrecht. https://doi.org/10.1007/978-1-4020-6112-7_34
Sant’Anna, C.L., Branco, L.H.Z., Azevedo, M.T.P., Werner, V.R. & Malone, C.F.S. (2017) Cyanobacteria. In: Bicudo, C.E.M. & Menezes, M. (org.) Gêneros de algas de águas continentais do Brasil: chave para identificação e descrições, 3ª edição, RIMA, São Carlos, 554 p.
Santos, M.A., Conceição, L.P., Pereira, F.A., Oliveira, I.B. & Santos, A.K.A. (2013) Desmidiaceae (Zygnematophyceae, Streptophyta) da Lagoa das Bateias, Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Sitientibus, ser. Ciências Biológicas 13. https://doi.org/10.13102/scb226
Secretariat of the Convention on Biological Diversity (2012) Cities and Biodiversity Outlook. Montreal, 64 p. Disponível em: https://www.cbd.int/doc/health/cbo-action-policy-en.pdf
Silva, J.M.C., Tabarelli, M. & Fonseca, M.T. (2004) Áreas e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Caatinga. In: Silva, J.M.C., Tabarelli, M., Fonseca, M.T. & Lins, L.V. (Org.) Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Ministério do Meio Ambiente e Universidade Federal de Pernambuco, Brasília, pp. 349–374.
Silveira, P.A. (2011) Indicadores de vulnerabilidade e classificação de áreas de risco ambiental na vertente sul da Serra do Periperi em Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Revista Geográfica de América Central 2(47E): 1–15.
Souza, A.M., Valente, E.B. & Azevedo, C.O. (2015) Musgos de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual do município de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 217–223.
Souza, A.M., Valente, E.B., Bastos, C.J.P. & Azevedo, C.O. (2016) Marchantiophyta da Reserva do Poço Escuro, Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Natureza Online 14(2): 64–72.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Claudenir Simões Caires, Taiara Aguiar Caires

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao fazer a submissão, os autores declaram não ter submetido o trabalho a outra revista e concordam em ter seu artigo publicado sob Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional BY (CC BY 4.0), que significa que os autores mantêm a propriedade dos direitos autorais, mas qualquer pessoa pode usar o conteúdo publicado, desde que os autores originais e a fonte sejam citados. O conteúdo científico, ortográfico e gramatical é de total responsabilidade dos autores.