Florí­stica em um fragmento urbano (Unidade de Conservação), Sí­tio Santa Eulália, São Luí­s, Maranhão

Autores

  • Eulália Cristine Guimarães Silva Universidade Federal do Maranhão
  • Catherine Rios Santos Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Marlla Maria Barbosa Arouche Universidade Federal do Maranhão
  • Eduardo Bezerra de Almeida Jr. Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.17648/heringeriana.v16i1.917976

Palavras-chave:

Diversidade, Floresta transicional, Riqueza de espécies, Nordeste do Brasil

Resumo

Conhecer fragmentos florestais das cidades, buscando identificar a vegetação remanescente, faz-se importante visando a conservação dessas áreas. O presente estudo tem como objetivo realizar o levantamento florístico de um fragmento florestal urbano no município de São Luís, Maranhão. As coletas foram realizadas no Sítio Santa Eulália, entre os anos de 2018 e 2019. Foram identificadas 158 espécies, 133 gêneros e 56 famílias. As famílias mais representativas foram Fabaceae, Asteraceae, Poaceae, Myrtaceae e Rubiaceae. Em relação as formas de vida, as ervas apresentaram maior destaque com 59 espécies, seguidas de arbustos, com 35 espécies e árvores, com 34 espécies. As espécies visualmente mais representativas na área foram Protium heptaphyllum, Ouratea fieldingiana e Emilia sonchifolia. Também foram identificadas na área muitas espécies exóticas, com destaque para Acacia mangium e Mangifera indica. Foram registradas oito espécies exclusivas do domínio Amazônia como Abarema cochleata, Cassipourea guianensis, Croton matourensis e três espécies exclusivas do domínio Cerrado, como Lepidaploa remotiflora, Ouratea hexasperma e Praxelis diffusa. A presença de espécies típicas de diferentes domínios demonstra a importância da proteção desse fragmento florestal urbano em São Luís.

Biografia do Autor

Eulália Cristine Guimarães Silva, Universidade Federal do Maranhão

Graduada em Ciências Biológicas

Catherine Rios Santos, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Mestranda em Botânica - Programa de Pós-graduação em Botânica

Marlla Maria Barbosa Arouche, Universidade Federal do Maranhão

Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Conservação

Eduardo Bezerra de Almeida Jr., Universidade Federal do Maranhão

Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Conservação

Referências

Almeida Jr., E. B., Amorim, I. F. F., Pires, C. S., Souza, H. L., Rabelo, T. O., Santos, S. M., Amorim, G. S. & Rêgo, M. M. C. (2021) Estudo florístico no Parque Estadual do Sítio do Rangedor, um fragmento florestal urbano em São Luís, Maranhão, Brasil. Biodiversidade 20: 133-156.

Amorim, G. S. & Almeida Jr., E. B. (2021) A família Myrtaceae nas restingas da Ilha do Maranhão, Brasil. Iheringia Série Botânica. 76: 1-15.

APG IV. (2016) An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.

Beiroz, H. (2015) Zonas de amortecimento de Unidades de Conservação em ambientes urbanos sob a ótica territorial: reflexões, demandas e desafios. Desenvolvimento e Meio Ambiente 35: 275-286.

Cattani, S. M. M. (2009) Levantamento de espécies ruderais em uma área de pastagem abandonada na Represa de Itupararanga, Votorantim-SP. Revista Eletrônica de Biologia 2(4): 38-55.

Chaves, A. D. C. G. Santos, R. M. S., Santos, J. O., Fernandes, A. A. & Maracajá, P. B. (2013) A importância dos levantamentos florístico e fitossociológico para a conservação e preservação das florestas. Agropecuária Científica no Semiárido 9(2): 42-48.

Conceição, G. M. & Castro, A. A. J. F. (2009) Fitossociologia de uma área de cerrado marginal, Parque Estadual do Mirador, Mirador, Maranhão. Scientia Plena 5: 1-16.

Correia, B. E. F., Machado, M. A. & Almeida Jr., E. B. (2020) Lista florística e formas de vida da vegetação de uma restinga em Alcântara, litoral ocidental do Maranhão, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Geografia Física 13(05): 2198-2211.

Costa, L. B. S. & Almeida Jr., E. B. (2020) Checklist da flora fanerogâmica e mapeamento das áreas de fragmentos florestais urbanos em São Luís, Maranhão. Revista Equador 9: 26-39.

Davies, H. (2017) Delivery of ecosystem services by urban forests. Forestry Commission research. Project. Edinburgh: Forestry Commission. 28p.

Dias, K. N. L. & Almeida Jr., E. B. (2021) Poaceae das restingas da Ilha do Maranhão, Brasil. Hoehnea 48: e752020.

Felfili, J. M., Silva Júnior, M. C., Rezende, A. V., Machado, J. W. B., Walter, B. M. T., Silva, P. E. N. & Hay, J. D. V. (2002) Composição florística e fitossociologia do Cerrado sentido restrito no município de Água Boa – MT. Acta Botânica Brasilica 16(1): 103-112.

Flora do Brasil (2020) Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso: 1 set. 2020).

Fonseca-Morello, T., Ramos, R., Steil, L., Parry, L., Barlow, J., Markusson, N. & Ferreira, A. (2017) Queimadas e incêndios florestais na Amazônia brasileira: porque as políticas públicas têm efeito limitado? Ambiente & Sociedade 20: 19-38.

Guterres, A. V. F. & Almeida Jr., E. B. (2021) Estudo da flora de Asteraceae em fragmentos de vegetação na Cidade Universitária Dom Delgado, município de São Luís, Maranhão. Biota Amazonia 11(2): 53-57.

Henry-Silva, G. G. (2005) A importância das unidades de conservação na preservação da diversidade biológica. Revista Logos 12: 127-151.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2000) Resultado dos Dados Preliminares do Censo. Disponível em: www.ibge.gov. br/cidade (acesso: 01 set. 2020).

INMET. (2020) Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: http://www.inmet. gov.br/ portal/ (acesso em: 01 set. 2020).

Köppen, W. (1948) Climatologia, com um estudio de los climas de la tierra. Mexico: Fondo de Cultura Economica, p. 478.

Lima, G. P. & Almeida Jr., E. B. (2020) Synopsis of the tribe Cocoseae Mart. (Arecoideae, Arecaceae) in the state of Maranhão, Brazil. Biota Neotropica 20(2): e20190922.

Lima, P. B., Lima, L. F., Santos, B. A. & Tabarelli, M. (2015) Altered herb assemblages in fragments of the Brazilian Atlantic forest. Biological Conservation 191: 588–595, 2015.

Lohmann, L. G., Firetti, F. & Gomes, B. M. (2018) Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Bignoniaceae. Rodriguésia 69: 1063-1079.

Lopes, J. A. V. (2006) São Luís: uma Leitura de cidade. 12 p.

Lorenzi, H. (2008) Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa (SP): Editora Plantarum, v. 1, ed. 1, p. 352.

MMA - Ministério do Meio Ambiente. (2020) Unidades de Conservação. Disponível em: http://www. mma. gov.br > (acesso 05 novembro 2020).

Macedo, L. A. A. (2003) Qualidade Ambiental dos rios da Ilha de São Luís. São Luís: UFMA, 76 p.

Martin-Gajardo, I. S. & Morellato, L. P. C. (2003) Fenologia de Rubiaceae do sub-bosque em floresta Atlântica no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 26: 299-309.

Martins, M. B. & Oliveira, T. G. (2011) Amazônia Maranhense: Diversidade e Conservação. Museu Paraense Emílio Goeldi. p. 328.

Masullo, Y. A. G., Castro, C. E. & Rocha, R. C. (2017). Estudo de viabilidade para implementação de corredores ecológicos na Ilha do Maranhão. Geosul. 32(65): 239-259.

Mori, S. A., Silva, L. A. M., Lisboa, G. & Coradin, L. (1989) Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Ilhéus: Centro de Pesquisas do Cacau, ed. 2, p. 103.

Muniz, F. H., Cesar, O. & Monteiro, R. (1994) Aspectos florísticos quantitativos e comparativos da vegetação arbórea da Reserva Florestal do Sacavém, São Luís, Maranhão (Brasil). Acta Amazonica 24: (3-4): 189-218.

Oliveira, A. N. & Amaral, I. L. (2004) Florística e fitossociologia de uma floresta de vertente na Amazônia Central, Amazonas, Brasil. Acta Amazônica 34(1): 21-34.

Peixoto, A. L. & Maia, L. C. (2013) Manual de procedimentos para herbários. Editora Universitária da UFPE. p. 95.

Pinheiro, C. U. B. & Linhares, J. F. P. (2019) Levantamento e mapeamento da ocorrência, identificação de espécies e avaliação de ambientes infestados por plantas invasoras na ilha de São Luís, Maranhão. Revista Brasileira de Geografia Física 12: 1484-1508.

Pires, J. M. & Koury, H. M. (1959) Estudo de um trecho de mata de várzea próximo a Belém. Boletim Técnico Instituto de Pesquisa Agronômico do Nordeste. v. 36: 3-44.

Pivello, V. R. (2011) Invasões biológicas no Cerrado brasileiro: efeitos da introdução de espécies exóticas sobre a biodiversidade. Ecologia. Info33. Disponível em https://ecologia.info/index.htm#artigos (acesso: 1 set. 2020).

Rocha, O. D. (2017) Levantamento florístico das espécies ocorrentes na Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Campus Codó. 89 f. Monografia apresentada na Universidade Federal do Maranhão Campus Codó, Codó, MA, Brasil.

Santos, C. R. (2019) Caracterização estrutural do sub-bosque em um fragmento florestal urbano de Uso Sustentável, p. 48, Monografia (Graduação), Curso de Biologia, Universidade Federal do Maranhão, São Luís.

Santos, C. R., Amorim, I. F. F. & Almeida Jr., E. B. (2019) Caracterização fitossociológica do componente halófilo-psamófilo em uma área de dunas, São Luis, Maranhão, Brasil. Boletim do Laboratório de Hidrobiologia 29: 1-8.

Santos, L. R., Ferreira, E. J. L. & Silva, C. E. (2018) Florística e fitossociologia de um sub-bosque urbano em Rio Branco-AC, Brasil. Biota Amazônia 8(3): 28–33.

Santos-Filho, F. S., Almeida Jr., E. B. & Soares, C. J. R. S. (2013) Cocais: Zona Ecotonal Natural ou Artificial? Revista Equador 2(1): 02 -13.

Scatigna, A. V., Saraiva, R. V. C., Couto, A. F. M., Souza, V. C. & Muniz, F. H. (2020) Buchnera nordestina (Orobanchaceae), an overlooked new species from Northeast Brazil, with an updated identification key for Buchnera of Brazil. Acta Botanica Brasilica 34(4): 789-795.

Silva, J. M. (2012) Floresta urbana: síndrome de dispersão e grupos ecológicos de espécies do sub-bosque. Boletim de Geografia 31: 135-144.

Silva, A. N. F., Araujo, A. C. M. & Almeida Jr., E. B. (2016) Flora fanerogâmica das dunas da praia de São Marcos, São Luís, Maranhão. In: E. B. Almeida Jr., F. S. Santos-Filho. (Org.). Biodiversidade do Meio Norte do Brasil: conhecimentos ecológicos e aplicações. 1ed. Curitiba: Editora CRV. v. 1: 11-28.

Silva, M. S, Reis, T. O., Silva, L. O.; Correia, A. E.; Couto, A. F. M.; Saraiva, R. V. C. & Muniz, F. H. (2022) Conhecendo a flora herbáceo-subarbustiva do Parque Estadual do Mirador, Maranhão/Brasil. Iheringia, Série Botânica 77: 1-14.

Sousa, P. R. (2018) Análise de áreas degradadas por processos erosivos no baixo curso da bacia hidrográfica do Rio Anil, Ilha do Maranhão. p. 161, Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, 2018.

Souza, A. P., Casavecchia, B. H. & Stangerlin, D. M. (2012) Avaliação de riscos de ocorrências de incêndios florestais na região Norte e Noroeste da Amazônia Matogrossense. Scientia Plena 8(5): 059904.

Tabarelli, M., Mantovani, W. & Peres, C. A. (1999) Effects of habitat fragmentation on plant guild structure in the montane Atlantic forest of southeastern Brazil. Biological Conservation 91: 119-127.

Tabarelli, M., Peres, C. A. & Melo, F. P. L. (2012) The ‘few winners and many losers’ paradigm revisited: emerging prospects for tropical forest biodiversity. Biological Conservation 155: 136-140.

Vidal, M. M., Pivello, V. R., Meirelles, S. T. & Metzger, J. P. (2007) Produção de serapilheira em floresta Atlântica secundária numa paisagem fragmentada (Ibiúna, SP): Importância da borda e tamanho dos fragmentos. Revista Brasileira de Botânica 30(3): 521-532.

Whittaker, R. H. (1975) Communities and ecosystems. New York: MacMillan.

Downloads

Publicado

2022-03-22

Como Citar

Silva, E. C. G., Santos, C. R., Arouche, M. M. B., & Almeida Jr., E. B. de. (2022). Florí­stica em um fragmento urbano (Unidade de Conservação), Sí­tio Santa Eulália, São Luí­s, Maranhão. Heringeriana, 16(1), e917976. https://doi.org/10.17648/heringeriana.v16i1.917976

Edição

Seção

Artigos Originais